Os jovens são fundamentais para atingir os objetivos da Declaração de Política de 2016 da ONU sobre o Fim da AIDS. Enquanto os jovens que vivem com o HIV estão desempenhando um papel ativo na resposta à doença, fornecendo informações, cuidados e apoio aos seus pares, suas redes precisam de mais suporte e recursos, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Para avançar nos esforços de engajá-los na tomada de decisões sobre questões que afetam suas vidas, 40 jovens vindos de 19 países e que representam redes de meninos e meninas vivendo com HIV se encontraram na Cidade do Cabo, África do Sul, nos dias 19 e 20 de junho. A conferência foi realizada com o apoio do UNAIDS, da Coalizão de Tratamento de Adolescentes e parceiros.
O objetivo do encontro foi analisar as capacidades das redes de jovens vivendo com HIV, identificar barreiras e oportunidades de participação e facilitar o diálogo sobre como os jovens vivendo com HIV e suas redes podem ser fortalecidos.
Entre os participantes estava Yana Panfilova, uma jovem líder da Teenergizer!, União Ucraniana e Eurasiática das Organizações de Adolescentes e Jovens. Ela afirmou que “as interrupções e a falta de motivação para a terapia antirretroviral, a discriminação e o estigma, a falta de educação de qualidade para a prevenção e e as barreiras para acessar o teste do HIV são os principais desafios enfrentados pelos adolescentes que vivem com o HIV na Europa Oriental e na Ásia Central”.
Chinmay Modi, membro do conselho que representa jovens e adolescentes da Coalizão Nacional de Pessoas Vivendo com HIV na Índia, disse: “o estigma e a discriminação continuam sendo um obstáculo fundamental para envolver adolescentes e jovens vivendo com HIV na resposta à AIDS”.
Enquanto os jovens defendem maior empenho político e ações para enfrentar esses desafios, também respondem a eles por meio de suas redes. Moisés Maciel, representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/AIDS no Brasil, disse: “a principal missão do nosso movimento social é agrupar, acolher e apoiar adolescentes e jovens vivendo com HIV”. “Advogamos e agimos para fortalecer as políticas públicas contra o estigma e o impacto do HIV”, declarou.
Carlo Andre Oliveras, coordenador da Coalizão de Tratamento do HIV entre Adolescentes, disse: “vemos que a maior parte do trabalho é feito por adolescentes e jovens voluntariamente, sem apoio financeiro e mentoria”. “Esta reunião é um começo para avaliar onde estamos em nosso movimento. Hoje, o mundo enfrenta muitos desafios; não devemos perder de vista a oportunidade de melhorar as coisas”.
“Minha mensagem a ser levada à frente desta reunião é que cada rede pode melhorar seu trabalho se tivermos uma coordenação mais horizontal, se compartilharmos nossas realizações e falhas, nossos sucessos e dificuldades. Estou deixando esta reunião me sentindo empoderado e, assim que voltar ao Brasil, usarei esse poder para mudar as coisas de forma real”, disse Moisés.